A Barra Palatina pode diminuir o Atrito?

Entenda como a barra palatina pode diminuir parte do atrito envolvido no fechamento de espaços
Data:

A Barra Palatina pode diminuir o Atrito?

" Se a barra palatina for utilizada de forma passiva, ou levemente ativa com rotação para distal dos molares, será ela quem irá controlar a rotação dos molares, e não o fio por vestibular. Assim sendo, as forças descritas para o controle dos molares não existirão no fio e, consequentemente, as forças de atrito produzidas por elas serão inexistente na vestibular, por onde o fio precisa deslizar para que o espaço se feche. " Dr. Renato Parsekian Martins


Apesar de não ter efetividade signiicativa na ancoragem anteroposterior em fechamentos de espaços simétricos, a barra palatina pode auxiliar na ancoragem posterior nos fechamentos de espaços unilaterais, porque o seu uso aumenta a quantidade de suporte periodontal nos dentes posteriores. Nesses casos, a força de retração é distribuída não só aos dentes posteriores de uma hemiarcada, mas também nos dentes da hemiarcada oposta.

Para aprender a confeccionar uma Barra Transpalatina, clique abaixo:

A distribuição de força em maiores áreas diminui o estresse (ou pressão) aplicada, diminuindo a velocidade da movimentação dentária. Mas isso não ocorre quando o fechamento é bilateral, porque o aumento de área radicular (ou periodontal, que seja) é compensado pelas forças aplicadas em ambas as hemiarcadas.

O atrito na Ortodontia nasce das forças necessárias para controlar a inclinação, rotação e angulação dos dentes, pois, geralmente, não aplicamos as forças diretamente aos seus centros de resistência. Ao aplicarmos forças aos molares para proceder com o fechamento de espaço, sem o uso de barra palatina, o fio utilizado no aparelho é quem age impedindo ou diminuindo a rotação dos molares. O sistema de forças responsável por esse controle é quem gera o atrito.

Vamos supor que estamos fechando os espaços de extrações de pré-molares superiores utilizando ligaduras elásticas em cadeia, e que a força utilizada de cada lado é de 400g/F. Se essa força estiver a 5 mm do centro de resistência dos molares, ela produzirá uma tendência de rotação dos molares com intensidade de 2000g/F-mm. Se o tubo dos molares tiver o comprimento de 4 mm, surgem duas forças de 500g/F perpendiculares ao fio (se o fio for rígido o suficiente para controlar a rotação dos molares).

Essas forças multiplicadas por 0,1 mm de coeficiente de atrito (aço contra aço) produzem 100g/F de atrito. Se a barra palatina for utilizada de forma passiva, ou levemente ativa com rotação para distal dos molares, será ela quem irá controlar a rotação dos molares, e não o fio por vestibular.

Assim sendo, as forças descritas para o controle dos molares não existirão no fio e, consequentemente, as forças de atrito produzidas por elas serão inexistente na vestibular, por onde o fio precisa deslizar para que o espaço se feche.


Portanto, apesar das evidências apontarem para uma ineficiência da barra palatina em manter a ancoragem anteroposterior ou vertical, ela pode ser uma alternativa viável para se ter menos atrito durante o fechamento de espaço.

Para acessar o artigo na íntegra, clique abaixo e assine DentalGo (com desconto):

Renato Parsekian Martins

Pós-doutor em Ortodontia e Ortopedia Facial, FOAr–UNESP.

Professor colaborador, curso de Pós-graduação em Ciências Odontológicas, Área de Ortodontia, FOAr–UNESP.

Fonte: Martins RP. Barra palatina e atrito? Rev Clín Ortod Dental Press. 2015 out-nov;14(5):24-8.

Fale Conosco